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SAÚDE MENTAL E PRIMEIRA INFÂNCIA: DA REFORMA PSIQUIÁTRICA AOS ATUAIS RETROCESSOS

Foto do escritor: Travessias da InfânciaTravessias da Infância

9 de fevereiro de 2021


Estivemos reunidos hoje na REDE-BEBÊ- NÚCLEO-SP, com 35 colegas, trabalhando o tema da "saúde mental e primeira infância: da reforma psiquiátrica aos atuais retrocessos" Partimos dos depoimentos das colegas Marizilda Pugliesi (psicóloga) e Fernanda Bonfim (psiquiatra) que retomam a história de formação da RAPS a partir da luta antimanicomial. Juliana Mori (fonoaudiologia) trouxe os documentos do atual REVOGAÇO que destitui uma série de projetos de lei que foram centrais na reforma psiquiátrica por meio da implantação de uma série de dispositivos de atenção, entre eles: consultórios de rua, residências terapêuticas, unidades de acolhimento, CAPS, que, a partir de tal revogaço, passam a ser suspensas ou terem financiamento reduzido em prol da instauração de ambulatórios de psiquiatria e de emergência psiquiátrica, bem como da manutenção de leitos de internação. Tais políticas desmontam o cuidado com a saúde mental desde a perspectiva de atenção em equipe interdisciplinar. E, atenção, porque o que se preconiza no serviço público de saúde passa a reger todo tratamento dentro de uma sociedade. A saúde pública para todos é uma causa, como apontaram as colegas Gabriela Fossati (psiquiatra) e Magda Aliano ( pediatra). É profundamente lamentável que um país que têm uma rede de saúde como o SUS, pela qual há capacidade para vacinar um milhão de pessoas por dia, a lentidão da vacinação contra a covid-19. A procrastinação de compras de vacinas, representa mais de mil mortes por dia. Isso não é ineficiência. É uma desorganização orquestrada da necropolítica regida pelo atual governo. Do mesmo modo, a medicalização da vida para aplacar sintomas em lugar de tratar por dispositivos que dão sustentação para que alguém q sofre psiquicamente possa fazer parte do laço social é outra forma de condenar alguém à morte: pelo aniquilamento da subjetividade. Estar atento a essas questões é decisivo para o cuidado do sofrimento psíquico em todas as idades da vida, bem como para o porvir dos que hoje são bebês.

Obrigada, colegas, por esta noite de reflexões centrais à nossa práxis.



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