Julieta Jerusalinsky com o Nós Psicanálise, de Goiânia.
A relação mãe-bebê não é natural, não é dual e não é simétrica.
Freud situa que, para a constituição psíquica, é imprescindível um cuidador primordial que interprete o que se passa com o bebê produzindo a passagem do desamparo à inscrição da experiência de satisfação Lacan adverte que quem primeiramente se vê arrastado a encarnar o Outro primordial é quem chamamos de mãe e interroga se o falicismo esgotaria o gozo presente na maternidade. Bergès, por sua vez, situa que a identificação transitivista na relação mãe-bebê é estruturante das funções corporais.
Partimos de tais considerações para situar as consequências que recolhemos na clínica de nossa época diante de um discurso social que se inclina na direção de que seria possível substituir a função interpretativa do exercício da maternidade por métodos e técnicas; que substitui o compartilhar lúdico do laço mãe-bebê por rotinas de treinamento e que pretendem ensinar pela exercitação repetitiva em lugar de transmitir pela identificação.
Estaríamos vivendo um declínio da função materna?
Tomaremos tais questões a partir do livro "A Criação da Criança: brincar, gozo e fala na relação mãe-bebê"
(Ágalma, 2011).
Sábado 24.6
De 8h a 12h
Via Zoom
Inf: 62 99932-0008

*Mulheres e maternidade
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